quinta-feira, 21 de agosto de 2014

. ISRAEL E PALESTINA, UM NOVO HOLOCAUSTO!!!. PARA QUE SERVE A ONU?



Não Conheço pessoalmente e nem privo, por falta de oportunidade, da amizade pessoal de nenhum Judeu ou Palestino. Entretanto, diante do direito de opinião e liberdade de expressão que me é garantido pela lei maior de meu País, o Brasil, pode-se concluir a respeito da guerra insana, desproposital e bestial que ceifa, de forma vergonhosa e covarde para a humanidade,  vidas de Crianças, mulheres e idosos na Faixa de Gaza,  que se trata de um abominável novo holocausto, um  genocídio.
  Não nos passa despercebida a semelhança da  Shoah,  carnificina e o massacre em massa, que está ocorrendo ao povo Palestino e que ocorreu ao Povo Judeu no holocausto. Ambos os povos foram (os Judeus)  e agora ( os palestinos) estão sendo, vítimas de governos  prepotentes, arrogantes e perversos.  Movidos pelo ódio repugnante e bestial de grupos radicais existente em ambos os lados, no passado e no momento atual.
Só há uma diferença básica importante. Durante o holocausto  judeu, parte da humanidade através de países unidos procuraram  e derrotaram o “Insano” Adolfo Hitler  e seu nazismo que  assim, não conseguiu fazer com que suas e ideias e atrocidades se perpetuassem no Estado Alemão por meio de outros governos naquele País, hoje uma grande nação que, até agora, procura viver em paz com as demais.
O que Aconteceu à Alemanha não acontece agora com o Estado de Israel, atualmente chefiado pelo Sr. Netaniahu, ao contrário; os sucessivos governantes de Israel, com o apoio, militar e financeiro, dos Estados Unidos e outras potências como Inglaterra dentre outras, fazem de Israel um pais que sempre opta pela guerra e não pela paz.
Israel, na condição de ocupante do território palestino faz do seu povo, prisioneiros de um grande campo de concentração a céu aberto, com imposição de confinamento através de muro da vergonha, arame farpado e soldados  etc. Israel fere de morte os direito humanos e de convivência pacífica entre os povos e, todos mais elementares direitos de dignidade da pessoa humana, ou seja, viola os direitos humanos de forma deliberada e em massa  semeia o ódio às gerações futuras daquele povo, que hoje já possui  grupo ditos radicais, como o Hamas, que odeiam da mesma forma Israel. Daí nasce uma espiral de ódio que parece não ter fim. E, jamais terá fim se a violência continuar.
  Nos dias atuais, Agosto de 2014,  com a retomada do conflito, o povo palestino, sem condições de se defender, tem que aceitar ajuda do Grupo Hamas, seu "defensor" e algoz, rotulado inapropriadamente por Israel de terrorista. Adjetivo que em passado não distante foi também atribuído aos métodos utilizados pelos precursores e criadores do Estado Judeu. Posto que  a resolução 181 da Assembleia Geral das Nações Unidas,foi aprovada em 29 de novembro de 1947, considerando que a guerrilha e terrorismo de organizações judias ameaçavam a paz. É exemplar a explosão do Hotel Kig David, pelo Irgun /Hagana Bet, no qual   morreram 91 pessoas.
A gente Palestina, está sendo submetida ao um impiedosos massacre que violam todas as normas de convivência entre  os povos e, os Países reunidos na Organização Das Nações Unidas, ONU, nada fazem!!. E aqueles que ousam discordar do Estado Judeu são debochados pelos arrogantes representantes do governo Israelenses, como foi o caso do Brasil. tachado de “anão diplomático e insignificante politicamente” por chamar seu embaixador em Israel em julho/2014 para pedir explicações. Depois Israel pediu desculpas protocolares diante da inabilidade diplomática grosseira de seu governo.
 Ocorre que o Brasil mantém relações diplomáticas com todos os países e povos reconhecidos e Teve nas manobras regimentais (adiamento da votação, para atingir o quórum de votantes, 2/3) e apoio do seu chanceler Oswaldo Aranha que, ao presidir a Assembleia Geral das Nações Unidas, na tarde daquele dia 29 de novembro de 1947, a aprovação da histórica Resolução 181 que dividiu a então Palestina Britânica em dois estados, um judeu e outro árabe, ( Palestino). Contudo só foi criado o Estado Judeu, Israel; e o Palestino não.
O dia 14 de Maio, 1948, uma Sexta-Feira, é, merecidamente, um dia inesquecível para o Povo Judeu. É considerada a data da independência de um país que passou a denominar-se ISRAEL, por seus fundadores, dentre eles David Ben-Gurion que, em meio ao canto do Haitikvah,”a "esperança”, às 16 horas daquela tarde, declarou a fundação do Estado Judeu.
 Neste maio de 2014, Israel completou, portanto, 66 anos. Se fosse um humano seria uma pessoa recém ingressada na terceira idade, de quem se esperaria, naturalmente, ser dotada de experiência, sabedoria e bom senso. Não é o que tem se visto e, não cabe aqui discutir os infindáveis, porquês,
 Como se trata de um país, Israel ainda é extremamente jovem, contudo, seja formado por uma nação e um povo de existência e tradições de mais de quatro mil anos documentados; a quem a humanidade muito deve pelo seu legado histórico e religioso e também pelos males que lhe causou através de atrocidade cometidas contra seu povo, desde o cativeiro no Egito dos Faraós, na Babilônia, Romanos, etc e até a mais recente delas,  o holocausto na ultima grande guerra mundial.
Espalhados pelo mundo, a milhares de anos, o povo judeu passou por inúmeros sofrimentos até que teve em Theodor Herzl, o visionário do fins do século XIX, nascido na Hungria e educado em Viena, Áustria, o criador do nacionalismo judeu moderno, ao organizar em 1897 o primeiro Congresso Sionista na Basiléia, Suíça. Diria ele logo após  o congresso: “ Se tivesse que resumir o Congresso da Basiléia em uma frase apenas que não me atrevesse a publicar, diria: na Basiléia criei o Estado Judeu.”
É necessário  reafirmar que não existe dúvida quanto ao direito de existência do Estado de Israel e o respeito ao povo Judeu pela humanidade. Estas são condições indiscutíveis. Portanto, toda forma de anti-sionismo e anti-semitismo deve ser rechaçada de forma veemente.
 Mas, da mesma forma que o direito de Israel, é direito inalienável do povo palestino e obrigação das nações civilizadas do mundo reconhecer e garantir um Estado Palestino livre e soberano e o Povo palestino deve ter sua existência e integridade garantidos, com todos os direitos a isto inerente, de forma incondicional.
O que se afirma supra, é que aqueles são deveres morais e éticos, de uma humanidade que se diz civilizada. É  dever inegável das Nações unidas, ONU, se é que ela ainda é respeitada ou serve para alguma coisa..., em especial garantir a paz, pelos meios possíveis, Posto que EUA e Israel a desrespeitam a todo o momento. Do contrário, a ONU, nos moldes atuais, perdeu a razão de ser.
É notório que o lobby judaico só perde para o de armas junto ao Congresso americano.  Por isto mesmo aquele parlamento sempre aprova mais envio de dinheiro para armar Israel, com o amém de quem quer que seja o Presidente do EUA de então, como agora faz o Sr. Obama com seu silêncio providencial e enigmático diante da morte de mais de  Mil e quinhentos  civis palestinos, velhos e mulheres e o mais graves! quase 500 crianças. Elas estavam inclusive em escola da ONU. Isto é um holocausto, isto é: um Shoah, um verdadeiro genocídio. É uma Vergonha! mundial!
Não se pode esquecer que os povos israelenses e palestinos lutam pela posse de terras sobre as quais, segundo eles, têm direitos milenares e deve ser considerada ainda, a questão cultural e à imposição de valores ocidentais às milenares tradições orientais de ambos os povos.
É sabido também, que o dinheiro (de bancos/empresas) e a mídia do mundo, em grande parte, pertencem aos judeus – como disse recentemente em artigo o teólogo Leonardo Boff –. Assim, a maioria dos países liderado pelos americanos, ou  apoiam as ações israelenses que são verdadeiros crimes de guerra, ou tratam  com um misto de temor e covardia as questões que  envolvem Israel, que não  respeita a ninguém, nem mesmo à ONU.  Quem não apoia suas ações é considerado antiamericano ou anti-semita, o que não deixa de ser um absurdo, fruto do radicalismo judaico.
É inegável que predomina neste conflito enorme interesse econômico externo envolvendo as potências capitalistas, interessadas em controlar região estratégica do Oriente Médio, como parceiras do Estado de Israel. As nações precisam agir com Israel, no caso palestino, como agiram Com a África do Sul no apartheid: Pressionar e condenar suas ações contra os direitos humanos. “Nada justifica a morte de inocentes".  Israel  massacra o povo palestino,  não importa o pretexto ou justificativa usados na mídia mundial. É um  abominável HOLOCAUSTO.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

COTAS RACIAIS NO BRASIL, PRIVILÉGIOS EM NOME DO COMBATE AO RACISMO

Cotas no Brasil está se tornando algo que pode semear além da discórdia, grave problema de ordem social . Neste momento que o governo  aprova 20% para negros em concurso público, usando a cor da pele de alguém como uma das justificativas, fere de morte todo arcabouço Jurídico-Constitucional, e promove critério de raça como elemento justificador de acesso à faculdade e emprego público. A isto não se pode chamar de política afirmativa mas, sim, de privilégios.



O Governo brasileiro dito dos trabalhadores comandado pelo PT tem se notabilizado, assim como o antecessor, por cometer injustiça em nome do combate à injustiça.

O proclamado racismo existente no País nunca se materializou de forma ostensiva a ponto de deflagrar a violência aberta e a segregação institucionalizada de classes, exceto quando da existência formal da escravatura extinta legalmente no Século XIX, pela Princesa Izabel, através da lei áurea, (13.05.1888), após cerca de trezentos  anos de existência.

 Naquela época a escravidão era modelo legal de propriedade privada; hoje considerado hediondo. Era chancelado pelo próprio estado por motivos econômicos, como elemento propiciador de mão -de - obra aos senhores de Terras, dentre outros.

Dizendo agora querer reparar injustiças históricas ao povo negro e combate ao racismo aos afro-decendentes, o governo implementa políticas ditas afirmativas que da forma como estão sendo postas no País, em vez de combater as injustiças, acaba por disseminar mais injustiça no restante da sociedade brasileira, em especial a classe jovem e mais pobre.

Cota racial é assunto polêmico e que desperta paixões.  Talvez por isto haja pouco racionalidade no seu debate e o governo não perceba o efeito nocivo ao implementá-la.

Recentemente (Abril/2014) a Suprema Corte dos E.U.A por 6 votos a 2  confirmou a constitucionalidade de lei do Estado do Michigan que veda o uso de cotas raciais  como  critério de ingresso em universidade pública, após decisão tomada pelo povo em referendo.

Na terra de Tio Sam, a chamada discriminação afirmativa permite que estudantes negros, hispânicos e asiáticos, ingressem em universidades. Lá como cá, os críticos das cotas raciais concordam que dentre outros fatores, elas privilegiam a cor em detrimento da capacidade acadêmica do candidato.

 Seguindo o poder de editar as próprias leis, já são oito os Estados americanos que aboliram tais políticas afirmativas: Arizona, Califórnia, Florida, Nebraska, New Hampshire, Oklahoma, Washington e agora Michigan, fazendo ruir assim partes dos ditos direitos civis que vieram para minorar os grandes conflitos de raças e desigualdades na concessão de direitos entre elas. Desigualdades estas que tanta violência gerou no passado e ainda subsiste, não obstante em menor escala.

Contudo sem base científica sólida, considera-se que os seres  humanos pertencem a três raças: Amarela, branca e negra. Esta terminologia  é por vezes questionada considerando que semelhanças físicas e genéticas entre todos os humanos é algo comum e patente.

No Brasil, assim como em alguns outros países, usa-se inapropriadamente a expressão “homem de cor” para designar pessoas negras e mulatas (mistura de brancos e negros) como se as demais fossem desprovidas de cor. A cor difere da etnia porque esta está relacionada a um agrupamento de pessoas, geralmente unidas pela mesma língua, cultura e consciência.
A religião corresponde à fé professada por cada um; enquanto que a origem é a procedência nacional, o Estado ou região da qual provem o indivíduo. A formação do povo brasileiro advém da mistura de todos estes elementos. Ou seja, desta mistura de culturas. Não se pode, pois, ignorar a importância da migração e imigração que deu origem ao povo brasileiro, visto que seria negar sua própria  origem histórica.

Somos um povo formado essencialmente por descendentes europeus (português colonizador e outros); africanos (vindos como escravos) e indígenas (os nativos) além de asiáticos. Não há como fugir esta realidade. Ela faz parte de nossa história. Convive no território nacional, todas estas raças e misturas de raças, com seus costumes, culturas e crenças, fé e religiões em paz e harmonicamente. Algo impensável em outras regiões do planeta. A violência existente no Brasil é de outra ordem.

Este tipo de convivência propiciou a grande mistura de raças,  fazendo com que raças ditas puras, sejam a minoria em meio a imensa maioria mestiça da população nacional.

Talvez por isto, a Suprema Corte Brasileira, conforme PINHO (2008), em sede Habeas Corpus em passado próximo esclareceu que, “com o recente mapeamento do genoma humano, não existe base científica para distinção racial entre os homens. Qualquer divisão tem conteúdo político- social gerando discriminação e preconceito. A própria liberdade de expressão encontra limites morais e jurídicos, não se podendo admitir a pregação do ódio por motivo de raça, etnia ou religião (HC 82.424/RS, Rel. Min. Mauricio Correia”).

Há que se salientar que no Brasil, ao contrário dos EUA,  o que se chama de racismo, após a abolição da escravatura, nunca chegou a ponto de haver “segregação racial” entre negros e brancos. Principalmente se chancelada pelo Estado. Ou seja, a doutrina do “separate but equal”,os negros são iguais aos brancos, mas devem permanecer separados, para tristeza de Martin Luhter King, é algo que jamais aconteceu no que se chama de racismo brasileiro.

Não houve em nosso País ônibus para brancos e para negros ou escolas para crianças brancas e crianças negras.As manifestações racistas são mais veladas. Nem por isto as manifestações racistas aqui praticadas devem ser negligenciadas ou relegadas a segundo plano. Neste sentido a Constituição nacional de 1988 (a Constituição cidadã) elevou a prática de racismo ao status de “crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei” (art. 5º, XLII).

A Lei 7.716/89, por sua vez, em seu art. 1º, define os crimes “ resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” inserida que está nos Princípios Fundamentais constitucionais do Estado brasileiro que são a cidadania, a dignidade da pessoa humana, a liberdade, a igualdade e  o bem estar de todos. (Art. 1º e 3º).

 “Todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade de direito à vida, à liberdade e à segurança e a propriedade”... (art. 5, caput, da CF/88). Eis a igualdade de todos.

Há quem pregue mais: a isonomia. É que no direito brasileiro a ideia de igualdade advém do pensamento filosófico de Aristóteles: para haver igualdade há que haver trato desigual, conforme suas desigualdades.
 Neste sentido Rui Barbosa (1921) um dos maiores juristas e poliglotas que o Brasil já teve, esclarece no sentido de se praticar a verdadeira equidade:

“A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos desiguais, na medida em que se desigualam. Nesta desigualdade social, proporcionada à desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei da igualdade.(...) Tratar com desigualdade os iguais, ou aos desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante, e não igualdade real...

Considera-se ação afirmativa, (no caso em tela: cotas raciais), como sendo o uso de mecanismos que resultem em favorecimento aos que necessitam de tutela especial do Estado. E,isto ocorre para que os desfavorecidos superem as desigualdades existentes em uma sociedade cujos efeitos seriam intransponíveis para eles. Não nos parece ser este o caso atual dos negros brasileiros. Tais desigualdades inegavelmente existem no Brasil, mas elas não afetam apenas os negros, e sim toda a classe dos pobres sejam eles de que raça for.

Na terra do futebol e do carnaval, existe uma das piores distribuições de renda do mundo e uma insuperável mazela chamada corrupção. Estes são apenas dois dos muitos males nefastos de uma sociedade marcada pela desigualdade social onde os pobres são as maiores vítimas.

O  Estado brasileiro se faz ausente em praticamente tudo e o capitalismo selvagem, aqui praticado, trata de aniquilar as oportunidades e as benesses dos meios de produção. Aumenta-se  desta forma a concentração  de riqueza no poder de poucos enquanto a maioria amarga a luta pela subsistência, muitas vezes, indigna e marginalizada sem respeitos a seus direitos elementares  à saúde, moradia, transporte, alimentação, educação, trabalho e segurança.

Neste contexto, o Estado, alçar algum grupo, por mais articulado que seja, à condição de privilegiado com direitos a pular etapas na escala de evolução social, como é o caso de facilitar o ingresso em universidades sem os devidos méritos cobrados aos demais indivíduos e, em especial o acesso a emprego publico às pessoas negras considerando como diferenciador a cor da pele, é no mínimo mais uma injustiça e racismo às avessas, praticada e chancelada pelo próprio Estado.

Se o Governo do Brasil quer realmente ajudar as classes menos favorecidas deste Pais, deve disponibilizar escolas de qualidade para todos as pessoas pobre, com professores bem remunerados. O ensino de base é melhor preparatório ao ingresso em uma boa universidade sem ferir direitos de outros.

 Não existe nenhuma prova científica que uma pessoa negra é menos inteligente do que uma branca. O que elas hão que ter é oportunidade de estudar desde pequenas, assim como todos os pobres, bons colégios, certamente ingressarão em qualquer grande universidade brasileira bem como em qualquer cargo público mediante concurso decente. Prova Maior disto é Ministro JOAQUIM BARBOSA, negro, poliglota e que ocupa um dos maiores cargos da República e, certamente, não necessitou de Cotas raciais, em sua caminhada até chegar a Presidente de nossa Suprema Corte, o STF.

 Cotas  raciais no Brasil, é privilegio indigno   que promove o racismo  e  a injustiça,  além de  servir para o Governo eximir-se de prover Educação de Qualidade para todos, em especial os pobres.
                                                                                               


                                                                                    ANTONIO HENRIQUE CHAGAS
 





                                                      

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

BRASIL 2013: UM AVIÃO QUE DECOLA OU UM TREM DESGOVERNADO LADEIRA ABAIXO?

BRASIL 2013: UM AVIÃO QUE DECOLA OU UM TREM DESGOVERNADO LADEIRA ABAIXO?





Ultrapassada a primeira metade deste ano de 2013, podemos afirmar que alguns fatos, chamaram a atenção do mundo e, em especial, de nós brasileiros.

No mundo, a raríssima renúncia em 11 de fevereiro de 2013 de um Papa, que é a sigla de Pietro Apostolum Principus Apostolorum (Pedro apóstolo, príncipe dos apóstolos), deixou a todos perplexos.

O Ato de Bento VI, fez dele o primeiro papa a abdicar ao posto desde o papa Gregório XII, em 1415, que o fizera durante a Grande Cisma do Ocidente.

 Bento VI é também o primeiro pontífice a renunciar sem pressão externa desde o papa Celestino V, em 1294. Trata-se de fato raro na história da milenar  Igreja Católica.

 Joseph Ratzinger, tomou tal decisão ao abrigo  do artigo 332 do Código Canônico. Tudo legal, mas nada normal ou usual, assim como não o fora a eleição de seu substituto, o primeiro latino-americano e  que prega o amparo aos pobres.

O Cardeal argentino Jorge Bergoglio, que substituiu Bento VI, adotou o nome de Francisco e sua primeira viagem internacional foi ao Brasil, na Jornada Mundial da Juventude, de 23 a 28 de Julho de 2013, quando chegou a reunir multidão de até três milhões e meio de pessoas em Missa Solene.

Até ai tudo bem, se a visita não fora realizada durante a onda de protesto que sacudia o País, de leste a oeste e de norte a sul, principalmente no eixo sul, sudeste.
O Papa, entretanto distribuiu muita simpatia e não foi atingido pela onda de protestos. Quando instigado, por uma repórter, não hostilizou o “loby gay” e a moral de sua igreja não foi questionada ou abalada durante sua estada no País.

O mesmo não aconteceu com a realização da “Copa das Confederações” pela FIFA, no período de 15 a 30 de Junho, no País, quando o Brasil sagrou-se campeão diante da Campeã mundial, a Espanha.

Durante a competição a maioria dos brasileiros viu-se surpreendida, ao ver sua “paixão nacional, o futebol, ser alvos de protestos de uma minoria barulhenta e desordeira, em meio à disputa de redes de TV nacionais, pelos direitos das transmissões esportivas, Globo e Record.

 As ondas de protestos indiscriminados chamaram a atenção pela forma inusitada como surgiram e se espalharam pelo País, a tolerância e aceitação que tiveram das autoridades e sociedade e, em especial, pela desorientação e surpresa que causaram no meio governamental.

Iniciaram-se, a pretexto da mobilização de um grupo que, em tese, lutaria pelo “passe livre”, – direito de não pagar passagem nos ônibus –, nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.

Diante da repercussão e apoio que, inicialmente, tiveram da mídia se propagaram como rastilho de pólvora incendiada, para todo o Brasil, frente a total desorientação e surpresa sobre o que fazer, por partes de autoridades, policias e Ministério público e nos três níveis de governo, federal, estadual e municipal.

Certamente a dimensão e tolerância como se desenvolveram os protestos, foi algo nunca dantes presenciado em terras brasileiras. Diante de um apoio maciço dos meios de comunicação, apoio do povo e a  inexplicável condescendência de um atônito governo começou-se a protestar contra tudo. Da corrupção, à construção de estádios e uma desconhecida PEC-37.

Movimento aparentemente espontâneo, logo ganhou ares de anarquismo, ao não apresentar lideranças e rechaçar movimentos organizados e entidades tais como sindicatos, partidos políticos.

A anarquia Logo mostrou sua marca: a destruição da propriedade privada e publica e ainda entremeou-se de baderneiros e mascarados que à sombra do anonimato ameaçaram até o cerne do poder da republica, como as sedes dos três poderes federais do País.

De manifestação salutar passou a algo ameaçador, afastando aqueles que realmente usufruíam o direito de protestar por um País mais justo.

Curiosamente os protestos que Sentaram seu foco nos políticos, e na falta de uma política de saúde pública, quase não reclamaram quanto à violência e falta de segurança, que coloca o Brasil em estado de guerra civil, urbana disfarçada, onde as chamadas “comunidades não pacificadas”, são verdadeiros estados dentro do Estado.

Tampouco reclamaram com veemência contra o maior escândalo recente da política brasileira, envolvendo julgamento de políticos e outras pessoas, na Suprema Corte Brasileira, STF, por corrupção, o “mensalão” do PT, já que existem os de outros partidos, PSDB e DEM, por julgar.

Por outro lado acabou, por influência da mídia, (Rede Globo), levantando e conseguindo sua aprovação no Congresso Nacional de bandeira até então desconhecida da maioria da população, envolvendo promotores de justiça e delegados de policia, em especial os federais, pelo direito de realizarem o chamado inquérito, na chama PEC-37 que foi aprovada por estrondosa maioria a favor de promotores, o que não indicava acontecer antes, com tanta facilidade.

Também de olho nas eleições do próximo ano, oposição e governo travaram uma verdadeira batalha. O governo tentando perder menos apoio e a oposição, tirar o maior proveito possível da situação já que estava em desvantagem na preferência popular.

Após alguns golpes de marketing, o governo Dilma, conseguiu barrar sua vertiginosa queda na opinião pública e reverter alguns pontos. Ensaiou uma reforma política impraticável e um programa para trazer “mais médicos” do exterior para minimizar o caótico sistema de saúde publica nacional. Tem encontrado a ferrenha resistência corporativa dos médicos nacionais, em verdadeira e desropositada lambança.

 Entidades médicas apegam-se a lances e exigências para concederem autorização provisória de desempenho da função médica aos estrangeiros no Brasil, em especial, os de Cuba, que chega ser a uma verdadeira vergonha nacional.

 É ridículo em um país, onde existem Estados da Federação com mais de dois mil habitantes por médico e, a maioria, centrados nas capitais e grandes cidades.
Não obstante toda esta defasagem de profissionais, e de o território brasileiro ser dotado de distâncias monumentais entre centros mais desenvolvidos e locais desprovidos de qualquer a assistência médica.

O lobby dos médicos chancelados pela Agência Nacional de saúde, ANS, proíbe o uso de uma simples pomada a base de antibiótico em uma pequena inflamação na unha sem receita médica, embora o profissional mais próximo esteja a centenas de kilômetros de distâncias e uma consulta ou exame na rede pública possa levar meses para serem conseguidos.

Ademais, não raro, como agora através de projeto de lei sob a sanção da Presidente Dilma, médicos no Brasil reclamam para si procedimentos que, ou são de outras categorias de profissionais de saúdes, ou são perfeitamente realizáveis por eles por não oferecerem risco à vida de pacientes.

Destaca-se que nas universidades publicas, em trinta anos, praticamente, as vagas para medicina são as mesmas. Trata-se, pois, de situação que fere a moralidade pública administrativa.

Enquanto isto, nas poucas escolas de medicina particulares existentes a probabilidade das classes menos favorecidas economicamente estudarem é muito baixa, pois suas mensalidades giram em torno de R$5.000,00 reais ou U$ 2300,00 dólares mensais, valores altos para os padrões do brasileiro médio.

Está na hora do Brasil, ao mesmo tempo em que ataca as deficiências do sistema de saúde nacional, ampliar em dezenas de milhares, a oferta de vagas nos curso de medicina no país. Esta é uma questão que afronta a dignidade da pessoa humana no Brasil, um dos Princípios fundamentais previstos no art. 1º, inciso III de sua Constituição.

Uma nação inteira não pode tornar-se refém de qualquer categoria profissional, sob pena de perder sua autonomia, com reflexos diretos em sua soberania.

A saúde publica é retrato de como são tratadas as políticas públicas no País. A propósito, isto não é diferente com a educação, segurança, moradia, transporte e Assistência. Enfim, direitos sociais básicos, relegados a segundo plano por décadas.

A sensação de melhoria que os brasileiros tiveram no final do governo LULA perdeu o foco com a troca de comando na Presidência, inclusive, com o retorno de fantasmas como a Inflação.

A violência urbana atingiu níveis insuportáveis com numero de vítimas anuais (cerca de 100 mil entre assassinatos e mortes no trânsito) que ultrapassam em muito, o numero de mortos em guerras civis declaradas, mundo afora.

O tráfico e a corrupção atingiram as entranhas do poder através daqueles que deveriam combatê-los.

Neste contexto e momento, se perde a noção de um Brasil rico e emergente Dentre os outros Países emergentes que compõe os chamados, BRINCS, (Brasil, Rússia, índia e China) ocupa a última posição em termo de desenvolvimento e crescimento, nos últimos anos.

De nada adianta o Brasil ficar rico  sem fazer  justiça social a seu povo: de nada adianta tornar-se a sexta potência econômica, mas continuar um dos últimos na classificação quanto a educação mundial.

 Sem educação não há futuro, e por isso, 13 anos depois de criada, a “Bolsa Família” continua o Brasil, sem abolir as causas de sua necessidade. Diz Cristovam Buarque, Senador e economista.

De nada adiantaram os mais de 20 anos de governos social democratas com dez anos do PT, e outros tantos do PSDB. O aumento do consumo privado, diante da excrescência que é a tragédia nos serviços sociais; nos hospitais públicos e nas escolas públicas e na segurança publica, no clima de guerra  que se vive.

Recentemente, a mídia divulgou que, segundo pesquisa, mais de 300 mil brasileiros vagueiam nas ruas das grandes cidades, (capitais) sem destino e sem futuro, destroçados pelo vicio do CRAK. São mortos-vivos.

Isto é fruto da postura social de um País, que pratica uma das piores distribuições de rendas do mundo. Os excluídos e sem quaisquer tipos de oportunidades nesta injusta sociedade, são milhões.

Aliado à miséria social, está uma sociedade que antes baseada nos valores da família está a destroçá-la. A família no Brasil deixou de ser a célula base da sociedade.
. O resultado é o aumento espantoso, revoltante e vertiginoso da violência praticada por menores de idade, enquanto o Estado cada vez mais se intromete na vida privada das pessoas, proibindo inclusive pais de darem limites a seus filhos.
Enquanto isto cada vez mais a mídia e a sociedade pregam soluções repressivas em detrimento das ações preventivas. O resultado e a sensação real de caos.
Muitas destas mazelas têm como causa a corrupção generalizada aliada à impunidade que a cerca. Em alguns casos chega a ser vista como normal; já não choca mais. Os grandes corruptos, quando identificados; não são presos; e quando isto acontece, não vão a julgamento e nem ressarcem aos cofres públicos o produto do roubo. Lembra Buarque, PROFº, da UNB, (Blog do Noblat 29.06.13).

O pior do que a existência de um quadro social caótico, no País é a ausência das condições para resolvê-lo e alavancar, economicamente o seu desenvolvimento.

Falta planejamento. A improvisação e o empirismo parecem ser a marca de sucessivos governos em seus três níveis: federal, estadual e municipal; irradiando-se também aos três poderes da República, Executivo, Judiciário e Legislativo.

Perdeu prestigio internacional e, atualmente, é vitima da bisbilhotagem dos EUA, denunciada por Edward Snodem.

Jamais na história democrática recente do País se viu, a pretexto da desídia de um poder, outro querer tutelá-lo, como agora acontece entre o Judiciário, através do Supremo Tribunal Federal, STF, e o Legislativo. Na medição de força entre ambos, o resultado é o inusitado e esdrúxulo: “um deputado, Donadon, condenado por aquela Corte, o STF, sem que seus pares do Legislativo tenham lhe cassado o mandato”, posteriormente.

O Brasil negligenciou sua infra-estrutura
física, de estradas, portos, aeroportos e a mobilidade urbana, totalmente.

Sua malha rodoviária de há muito foi largada; quilometro e quilômetros de trilhos enferrujam em meio ao matagal, por todo o País. Faltam-lhe condições de fazer circular sua produção e riquezas. Condição indispensável a qualquer nação queira se desenvolver de forma, firme, segura e sustentável.
A privatização ocorrida no Pais parece ter sido apenas uma entrega do patrimônio público ao setor privado. Nenhum beneficio significativo aconteceu ao desenvolvimento nacional e à sociedade.

O Brasil cresce por OSMOSE.!!! em meio a verdadeiros HIATOS no tempo; em movimentos PENDULAR e sem sustentabilidade. NÃO ATENDE SEU POVO.

Em meio a um sistema tributário perverso, caracterizado pela “imposição tributária” em torno de 35% do PIB nacional que  não transforma em benefícios à sociedade, em forma de serviços e bem-estar, os recursos arrecadados e ainda dificulta e encarece a atividade produtiva, o mal estar social acaba por parecer ser maior do que realmente o é, diante de um custo Brasil cada vez mais elevado.

As perspectivas de mudanças no País no curto prazo não são animadoras.
A propósito, a Proposta de Orçamento do Governo Federal para 2013, aprovada pelo Congresso Nacional em 12 de Março deste ano, contudo tenha uma previsão de R$ 110, 606 bilhões de reais para investimentos, não é animadora. Isto porque prevê crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país de 4,5 por cento, (que o governo já admite, não chegará a 3%) e fixa as despesas totais em R$ 2, 276 trilhões de reais. Assim, o crescimento será irrisório.
 Se considerarmos que o PIB brasileiro de 2012 foi menor do que 1% (0,9) e que a principal despesa que consta no Orçamento de 2013 está relacionada com pessoal e encargos sociais e, é da ordem de R$ 225, 983 bilhões de reais e que, para piorar, R$ 610, 065 bilhões de reais são referentes  apenas à rolagem da dívida pública  (pagamento de Juros).

Diante disto, conclui-se: o montante destinado a investimento, 1/6 do previsto para pagar juro da dívida, não significa praticamente nada. E, seguindo a lógica econômica (caso não haja nenhum fato novo) o produto interno bruto, PIB, de 2013, dificilmente chegará a 2,5%.  Logo, o crescimento Brasileiro no ano será medíocre se comparado com os outros países do BRINCS (emergentes).

Não se pode esquecer que nossa indústria, funciona atualmente com capacidade ociosa; incentivar o consumo apenas não basta. A produção de riquezas, com raras exceções, tem se restringido ao setor agropecuário, o que é muito pouco para um País que já chegou a ocupar a sexta posição entre as maiores economias do mundo.
Faz-se necessário retirar o Pais da condição de mero hospedeiro de capital especulativo estrangeiro que entra e sai, no território brasileiro com a mesma facilidade e nada acrescenta. É preciso que governo Dilma, ouse e, adote políticas econômicas consistentes e coerentes; aumentar o investimento fortemente e estimular a produção nacional.  Continuar como está não é possível; e nem no curto prazo, dizer se o Brasil é um “Jumbo” que decola ou um trem desgovernado ladeira abaixo. Parece pessimismo, mas, é real.
         ANTONIO HENRIQUE CHAGAS